Coletivo
de Combate ao Racismo discute empoderamento de negros e negras nas empresas
Data:
24/05/2016
Participantes
também falaram sobre ações voltadas à geração de emprego
por:
Rafael Silva, do CUT
Na última sexta-feira (20), a
Secretaria de Combate ao Racismo da CUT São Paulo realizou mais uma reunião do
Coletivo de Combate ao Racismo, na região central
da cidade de São Paulo.
O encontro teve a participação de
Júlio Cesar Silva Santos, do Sindicato dos Bancários e Financiários de São
Paulo, Osasco e Região, e de José Trevisol, coordenador do Trabalho da
Secretaria Municipal do Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo de São Paulo, que falaram sobre
os desafios no mundo do trabalho para a população negra.
Ao abrir a reunião, a secretária
de Combate ao Racismo da CUT São Paulo, Rosana Aparecida, falou sobre o atual
momento político do País, destacando que as políticas de promoção da igualdade
racial construídas nos últimos anos correm riscos de serem extintas.
“A gente está vivendo um momento
muito difícil, pois o golpe acabou com a Secretaria Nacional da Igualdade Racial e isso representa um retrocesso
de anos. Vamos ter que resistir e seguir na luta, principalmente empoderando os
negros e as negras que estão nos sindicatos”.
Secretário estadual de Finanças
da Central, Renato Carvalho Zulato, lembrou que esses encontros temáticos, com
a participação de convidados, foi uma demanda do planejamento realizado pelo
Coletivo no início do ano. “Felizmente temos uma Secretaria muito atuante e
esse encontro vai possibilitar que vocês levem essa discussão aos sindicatos.
Isso será muito importante”.
Desafios
Em sua apresentação, Júlio Cesar
falou sobre cláusulas raciais nos acordos coletivos, destacando o processo de
construção, implementação e desafios para a promoção da igualdade aos negros e
negras. Aos participantes, o bancário contextualizou momentos da história do Brasil
que ajudaram a entender a importância das políticas de ações afirmativas.
Disse ser necessário ter uma
transformação cultural em todos os setores para que a discussão sobre promoção
de igualdade ganhe força também nos espaços de trabalho. Júlio citou, como
exemplo, o mercado de cosméticos que possui poucos produtos voltados aos
negros. “Nós estamos no século 21 e há poucos estudos para desenvolver produtos
para peles negras”.
Na questão financeira, aponta que
a diferença salarial entre brancos e negros continua sendo o grande desafio.
Mesmo tendo o mesmo nível de escolaridade, o negro recebe, em média, R$
1.681,32 mensais, enquanto que o branco ganha R$ 2.812,23, segundo a pesquisa
Mapa da Diversidade, realizado pelo setor bancário em 2014. “Identificamos que
há muitos negros que realizam o mesmo trabalho que os brancos, mas eles não têm
mobilidade. Ou seja, quando a empresa promove um funcionário, a preferência é
para o branco”.
Em seguida, José Trevisol contou
sobre os programas implementados pela Prefeitura de São Paulo voltados à
geração de emprego, como o CAT (Centro de Apoio ao Trabalho e
Empreendedorismo), que oferece atendimento à população que busca reinserção no
mundo do trabalho, o Centro Público de Direitos Humanos e Economia Solidária e
a Incubadora Pública de Empreendimentos Econômicos Solidários, que fomentam
iniciativas de geração de renda sob a perspectiva de cooperativismo e economia
solidária.
Outro tema abordado foram os
desafios de inclusão da população de imigrantes que chega a São Paulo e
encontra dificuldades de inserção no mercado de trabalho. Trevisol disse que a
Prefeitura tem realizado reuniões com empresários para colaborar na
desconstrução de ideias e, com isso, gerar oportunidades para todos os
públicos.
“Temos feito encontros com
empresários, junto com o prefeito e o secretário, para mostrar a nossa
preocupação, enquanto gestores públicos, com a questão do emprego e da renda
para os todos os trabalhadores”, disse.
Leia a matéria completa em: Coletivo de Combate ao Racismo discute empoderamento de negros e negras nas empresas - Geledés http://www.geledes.org.br/coletivo-de-combate-ao-racismo-discute-empoderamento-de-negros-e-negras-nas-empresas/#ixzz49tr7zlMh
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