Polícia do
Rio identifica suspeito do ataque à Porta dos Fundos
Publicado em 31/12/2019 - 14:22
Por Cristina
Indio do Brasil – Repórter da Agência Brasil Rio de Janeiro
A Polícia
Civil do Rio de Janeiro identificou um dos cinco homens suspeitos de
participarem do ataque, na véspera do Natal, à
produtora Porta dos Fundos, no Humaitá, zona sul do Rio, com bombas
caseiras. Na manhã de hoje (31), a polícia civil realizou uma operação para
cumprimento de mandados de prisão e de busca e apreensão referentes ao
suspeito, que não foi encontrado e é considerado foragido.
O
delegado Marco Aurélio de Paula Ribeiro, titular da 10ª Delegacia de Polícia
(Botafogo), responsável pelas investigações, disse que existe a possibilidade
de que o suspeito seja o integrante principal do grupo, sendo o organizador do
atentado.
Segundo o
delegado, o suspeito tem um perfil violento. "Ele tem livros ligados à
religião cristã, ao islamismo, esses dados foram obtidos hoje durante a busca e
apreensão. Ele é empresário, classe média alta. Esse é o perfil traçado nas
diligências a partir de hoje. Essa investigação está só no seu início. Devemos
identificar os demais [acusados] que praticaram os atos no dia dos fatos”,
disse o delegado.
O
suspeito tem outras acusações por agressão e ameaças, inclusive uma pela Lei
Maria da Penha e a situação dele, segundo o delegado, se agrava por ter
antecedentes criminais. “[Se] agrava porque se ele está respondendo processo em
liberdade e comete outros delitos, provavelmente, e isso é uma decisão da
Justiça, se irá prorrogar a liberdade provisória ou se decreta a sua prisão
novamente nesse processo”, disse.
Operação
Durante a
operação, policiais estiveram em um endereço residencial na Barra da Tijuca, na
zona oeste do Rio; em dois comerciais na Praça Mauá, no Centro, sendo que um
deles também era identificado como residencial; e em outro no Engenho Novo, na
zona norte. Nesse último endereço funciona um posto de combustíveis, que já não
pertence mais ao acusado.
Na Barra,
os agentes encontraram R$ 119 mil, dois simulacros de armas de fogo, facões,
munição, camisa de entidade filosófica e política e computadores. O delegado
disse que nenhuma linha de investigação está sendo descartada, inclusive de
ligação com a Frente Integralista Brasileira.
“Todas as
hipóteses, todas as linhas investigatórias serão abordadas, mas como a
investigação está no seu início, focamos no local do delito e na identificação
dessas pessoas”, disse, acrescentando que ao longo das investigações será
apurado se existe ligação do grupo com alguma entidade.
Durante a
operação, como o suspeito não foi encontrado, o delegado disse que ele é
considerado foragido, mas ainda não é o caso de inclusão do nome dele na lista
vermelha da Interpol. “Estamos à procura do investigado, as provas foram
produzidas, a prisão foi decretada pela Justiça baseada nas provas que
obtivemos e as diligências continuam no intuito de localizá-lo. Nos endereços
que ele declara como de residência, não foi encontrado”, disse.
Segundo o
delegado, ainda não foi possível identificar o motivo do ataque à produtora
Porta do Fundos, porque o suspeito não foi encontrado. Ribeiro informou que a
prisão temporária decretada contra o suspeito tem prazo de 30 dias, mas pode
ser renovada por igual período. O prazo do inquérito também é de 30 dias que se
completam no dia 26 de janeiro e pode ser renovado.
Armas, dinheiro e livros apreendidos em operação da
polícia contra suspeito de ataque contra a produtora Porta dos Fundos -
Cristina Indio do Brasil/Agência Brasil - Cristina
Índio do Brasil/Agência Brasil
Identificação
Conforme
as investigações, o suspeito fugiu do local vestindo uma toca ninja, mas logo
depois foi visto sem ela na Rua Martins Ferreira, em Botafogo, próximo à
produtora. Foi isso que permitiu à Polícia fazer a sua identificação nas
imagens de câmeras da via. Elas permitiram ainda que os agentes percebessem que
o suspeito jogou no chão um pedaço da fita adesiva usada para encobrir a placa
do Eco Sport usado na ação em frente a produtora, junto com uma motocicleta.
“Durante
a fuga, nós monitoramos toda a chegada e a fuga dos veículos utilizados no
cometimento do delito. No momento do ato eles estavam encapuzados e não era
possível através da imagem identificá-los, mas durante a fuga o [suspeito] sai
de um dos veículos, continua a sua fuga por um trecho a pé. Nesse momento ele
não está encapuzado. Conseguimos monitorar todo o trajeto até entrar em um táxi
e fugir. Todo esse trecho conseguimos identificar o rosto, a fisionomia e
conseguimos identificar o taxista que fez essa corrida”, disse o delegado.
Saiba mais
Edição: Fábio Massalli
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