Mulheres
discutem o papel das mídias negras no Festival Latinidades
Date:
29/07/2016
in: Mulher Negra
As mídias
negras foram tema de discussão na manhã de hoje (28) no Festival Latinidades de
2016. No debate, jornalistas e pesquisadoras avaliaram o papel das mídias
negras como instrumentos autônomos de produção e circulação de informações e de
promoção da igualdade racial. O Latinidades, que se consolidou como o maior
festival de mulheres negras da América Latina, vai até domingo (31), em
Brasília.
Por Yara
Aquino, da Agência
Brasil
A doutora em história, jornalista
e autora do livro Imprensa Negra no Brasil no Século 19, Ana Flávia
Magalhães, participou do painel Nós por Nós: Mídias Negras em Ação e disse que
a imprensa negra tem papel fundamental para a construção da identidade dessa
parcela da população e para a promoção da igualdade racial. “Precisamos
aprender a pensar nossa trajetória histórica também a partir da liberdade. E a
imprensa negra é decisiva para isso”, disse.
A feminista e publicitária
Larissa Santiago destacou a importância das narrativas a partir do ponto de
vistas das mulheres negras e chamou todas a produzirem conteúdos para sites,
blogse páginas pessoais para construção de uma ampla rede de mídia.
“Comecem produzir conteúdo com os meios e maquinários que tiverem, criem sua
história, sua narrativa, façam novas plataformas, e que a gente espalhe e
registre nossa memória e nossa história.”
A jornalista e cofundadora da
Comissão dos Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira) do Rio de Janeiro,
Angélica Basthi, fez uma avaliação do ensino do jornalismo no Brasil,
observando que as faculdades de comunicação permanecem sem contar a história da
imprensa negra no Brasil. “A imprensa negra continua sendo olhada como uma ação
de segunda, terceira categoria. Esse é um problema que precisa ser sanado”,
disse. E completou “Como a mídia é dominada pelos brancos, precisamos pensar em
estratégias para poder começar quebrar esse padrão que tanto nos assola.”
No início das discussões, a
publicitária Larissa Santiago fez uma homenagem à ativista do movimento negro e
ex-ministra de Políticas Públicas da Igualdade Racial Luiza Bairros, que morreu
no dia 12 deste mês. Outras participantes do festival também prestaram
homenagem a Luiza Bairros.
Na programação do Festival
Latinidades estão previstos debates, conferências, lançamentos de livros,
oficinas, cinema, feiras e shows, além de outras atividades. A
programação completa está disponível no site www.afrolatinas.com.br.
Organizado pelo Instituto Afrolatinas, o evento deste ano tem a parceria da
Organização das Nações Unidas (ONU) no Brasil e patrocínio do governo do Distrito
Federal.
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