Áurea Carolina,
vereadora eleita em BH, Áurea vai dar voz as mulheres e combater o racismo
Publicado em:04/10/2016
em: Mulher Negra
Eleita com 17.420 votos, a cientista política Áurea Carolina
(PSOL) promete chegar causando na Câmara dos Vereadores de Belo Horizonte.
Negra, feminista e representante de um partido de esquerda, Carolina afirmou ao
Metro Jornal que sua prioridade será dar voz as mulheres nas políticas da
cidade e combater com firmeza o racismo e a segregação racial.
por Por Pedro Nascimento no Metro Jornal BH
A sua votação foi uma
supresa para todos que acompanhavam as eleições em BH. Ao que você credita essa
votação supreendente e tão expressiva?
Eu
acredito que a votação tão expressiva veio graças a um sentimento de esperança
que contagiou todo mundo nessa eleição. Uma esperança por outra política. Uma
política mais igual, com novas caras e com uma democracia para valer. Uma
política na qual as pessoas se reconheçam nela. Ao mesmo tempo, que seja uma
política de muita luta, e que esteja comprometida com novas ideias. Isso também
é uma demostração de que esse campo da esquerda está muito fortalecido em Belo
Horizonte. Isso tem reflexos no contexto nacional, nas manifestações contra o
golpe e também localmente. É um movimento que está sendo reerguido aos poucos.
Entre
Kalil e João Leite, o PSOL certamente fará uma oposição na Câmara. Como você
espera que seja esse relacionamento nos próximos quatro anos?
Será
uma oposição programática. Nós somos contrárias ao modelo de mercantilização da
vida, o projeto dos dois candidatos apresenta. Nenhum deles nos representa.
Vamos fazer uma oposição qualificada, sempre em posição para dialogar, até
porque o que está em jogo, é a vida das pessoas.
Em seu mandato, o que
será prioridade?
O
empoderamento das mulheres. A nossa luta será para que as políticas públicas
tenham perspectivas de gerarmos isto, e é um debate ainda muito tímido na nossa
Câmara. O impacto da política sobre a vida das mulheres, é grande. É preciso
uma atenção para todas elas. Existem mulheres brancas, negras, mães de família,
nós somos várias. E as políticas precisam ter uma atenção para cada um desses
movimentos. Outra prioridade será o enfrentamento do racismo, que hoje é uma
realidade em Belo Horizonte. Ele não vai desaparecer sem que haja políticas
sérias sobre o tema. A juventude também é outra prioridade, assim como a
segurança pública e cidadã. Eu sou contrária a lógica de repressão que está em
debate. Discordo e penso que a Guarda tenha que ter uma atuaçã mais humana,
mediando conflitos e sendo aliada da população.
Assim
como você, a Cida Falabella (PSOL) também vai fazer parte da Câmara de BH na
próxima legislatura, qual sua expectativa para essa ‘dobradinha’?
Eu
estou muito feliz com isso. A eleição da Cida foi maravilhosa para cidade. A
verdade é que somos muitas mesmo! Juntas, na Câmara, vamos lutar pelos direitos
da maioria, que são as mulheres, as negras, o movimento LGBT e toda uma parcela
enorme da sociedade que, até então, estava segregada das políticas públicas.
Não sei nem como agradecer a todos. Agora, é muita luta pela frente e um salve
para todos os que apoiaram nossa campanha. - Leia a matéria completa em:
http://scl.io/7OILbMXS#gs.r2zrtZM
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