Assassinato
de líder do MST na Bahia foi encomendado, afirma governador
- 26/01/2018 18h49
- Rio de Janeiro
Pedro
Rafael Vilela - Repórter da Agência Brasil
Foi enterrado na tarde de hoje (26), em Vitória da
Conquista, sudoeste da Bahia, o corpo de Márcio Matos, 33 anos, dirigente do
MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) no estado. Marcinho, como
era conhecido, foi assassinado na última quarta-feira (24), em sua própria
casa, no assentamento Boa Sorte, em Iramaia, na região da Chapada Diamantina.
Em vídeo gravado durante o velório do morto, pela
manhã, cujo teor foi confirmado pela assessoria, o governador da Bahia, Rui
Costa (PT), afirma que se trata de um crime de mando e informa aos presentes as
providências tomadas para solucionar o caso.
“Determinei imediatamente que viesse o delegado
regional e a perícia técnica, e determinei ao secretário de Segurança que
montasse um grupo especial de investigação para que possamos chegar aos
executores e mandantes”, afirmou.
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Márcio Matos, que era filho do ex-prefeito de
Vitória da Conquista Jadiel Matos, também era filiado ao Partido dos
Trabalhadores (PT) e ocupava o cargo de secretário de Administração da
prefeitura de Itaetê (BA). De acordo com informações da Polícia Civil, ele foi
atingido por cinco disparos de arma de fogo por dois homens que chegaram em uma
moto e usaram capacetes durante a ação, para não serem identificados. O filho
de Márcio, de apenas 6 anos, estava presente no momento do crime.
Avaliação do delegado
O delegado regional Fabiano Aurich, que investiga o
caso, evitou confirmar a declaração do governador de que se trata de um
assassinato por encomenda. “Estamos investigando todas as possibilidades e
qualquer informação sobre o que já foi apurado até agora pode atrapalhar a
elucidação do crime”, ponderou por telefone, em conversa com a reportagem da Agência
Brasil. O delegado admitiu, no entanto, que os cinco disparos que atingiram
Márcio foram concentrados na região do tórax e da cabeça, sem possibilidade de
defesa.
Integrantes do MST ouvidos pela Agência Brasil
acreditam que o crime possa estar relacionado com a luta pela terra e a atuação
política de Márcio na região. Em nota, o movimento afirma que o episódio se
“soma a um triste cenário nacional de violência contra os trabalhadores e
trabalhadoras do campo”.
A presidente nacional do PT, senadora Gleisi
Hoffmann, divulgou nota de pesar ontem afirmando que Márcio era um militante
“combativo” do partido na Bahia e cobrando o esclarecimento do caso. “As
motivações desta violenta ação contra o companheiro Márcio ainda são
desconhecidas, mas o PT espera que haja uma rápida apuração deste crime e que
os responsáveis sejam punidos”, diz a nota.
Edição: Davi
Oliveira
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